Zé Fortuna & Pitangueira
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O Fabricante da Morte (part. Joldemar Tavares)

Zé Fortuna & Pitangueira


Narrador: - Um homem enriqueceu fabricando aguardente. Carros, fazendas, palácios, adquiriu de repente
Uma noite ele sonhou que estava muito contente entre seus bens, quando deu-se um fato surpreendente
Homem: - Ah! ah! ah! Minha fábrica de cachaça deu-me um lucro fabuloso. Tudo isto me pertence, estou rico, poderoso, ah! ah! ah!
Consciência: Boa noite. Como vai?
Homem: - Boa noite, quem é o senhor?
Consciência: - Sou a vossa consciência. Acompanhe-me por favor. Quero lhe mostrar agora quanta dor, quanta desgraça, quantos lares destruíste com sua maldita cachaça
Homem: - O que é isto? Ouço vozes de crianças a chorar!
Consciência: - Sim. São as criancinhas órfãs que ficaram a penar depois que seus pais morreram bebendo até se acabar, sua maldita cachaça num triste balcão de bar
Homem: - Está chovendo sem nuvens? Por que esta chuva meu Deus!
Consciência: - São as lágrimas das mães que perderam os filhos seus bebendo a sua cachaça
Uns morreram, outros mataram. Esposas sem esperanças que abandonadas ficaram
Homem: - O que é isto, onde estou? Sinto um estranho pavor. Ouço um turbilhão de vozes gritando para mim! Oh! que horror!
Consciência. : - São os homens que bebendo sua cachaça enlouqueceram e hoje estão num manicômio chorando o lar que perderam
Homem: - E o que vejo? Um grande rio? Com suas águas revoltadas e pessoas afogando-se gritando desesperadas!
Consciência: - Este é o rio de cachaça que o senhor fabricou. E veja ali quantas vidas sua cachaça afogou
Para o senhor ficar rico e tão depressa progredir, quantos sonhos, quantos lares foi preciso destruir
Homem: - E esta longa procissão silenciosa, onde vai?
Consciência. : - São mães que perderam os filhos, filhos que perderam pais. Vão até o cemitério, todos cobertos de luto, visitar os que morreram vítimas de seu produto. Tu sabe que ela é veneno, mas vende sem piedade a cachaça destruidora, flagelo da humanidade
Por isso vou atirá-lo neste abismo profundo. Fique aí. És o pior dos pecadores do mundo
Homem: - Estou caindo, é um abismo. Tudo é escuro em meu redor
Nada estou vendo, socorro! Salva-me Deus, por favor
Ah! Eu estava dormindo, acordei. Então era sonho. Oh! Que sorte!
Sim, mas o sonho provou que eu sou o fabricante da morte

Composição: José Fortuna

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