Zé Fortuna & Pitangueira

Eu Tava Agarrado

Zé Fortuna & Pitangueira


Em ser cavaleiro eu sempre gostei
Pensando num burro na cama deitei
Com aquilo na ideia no sono eu peguei
E num burro brabo em sonho eu montei

Nas rédeas do burro, eu tava agarrado
Ai, o burro pulava, e eu tava agarrado
Caiu meu chapéu, eu tava agarrado
Caiu minha espora, e eu tava agarrado
Caiu o paletó, e eu tava agarrado
Caiu meu sapato, e eu tava agarrado
Foi caindo tudo, e eu tava agarrado

Rebentou as rédeas naquele banzé
Com o susto acordei, aí dei por fé
Eu tinha arrancado naquele tropé
As duas orelhas da minha muié

Um dia sonhei que fui comê caqui
Agarrei no tronco, comecei subi
Deu uma ventania que logo senti
Na força que eu fiz quarqué cai

Mas o vento assoprava, e eu tava agarrado
Caiu meu chapéu, e eu tava agarrado
Caiu o paletó, e eu tava agarrado
Caiu meu sapato, e eu tava agarrado
Caiu a gravata, e eu tava agarrado
Caiu a camisa, e eu tava agarrado
Foi caindo tudo, e eu tava agarrado

Quando eu acordei é que foi o azá
Em traje de Adão sobre um pé de ingá
Eu tava iguarzinho um gatinho angorá
Tremendo de frio de perna pro ar

Em ser cavaleiro eu sempre gostei
Pensando num burro na cama deitei
Com aquilo na ideia no sono eu peguei
E num burro brabo em sonho eu montei

Mas na rédea do burro, eu tava agarrado
O burro pulava, e eu tava agarrado
Caiu meu chapéu, e eu tava agarrado
Caiu minha espora, e eu tava agarrado
Caiu o paletó, e eu tava agarrado
Caiu meu sapato, e eu tava agarrado
Foi caindo tudo, e eu tava agarrado

Rebentou as rédeas naquele banzé
Com o susto acordei, aí dei por fé
Eu tinha arrancado naquele tropé
As duas orelhas da minha muié

Composição: José Fortuna

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