Os Red Hot Chili Peppers fecharam o Palco Budweiser da primeira noite do Lollapalooza nesta sexta, com um show marcado por hits e algumas surpresas que diferiu razoavelmente do feito por eles em setembro do ano passado no Rock in Rio. Sim, os hits esperados estiveram lá: a abertura com "Can't Stop" depois da jam inicial, "Californication", "Under The Bridge" e o final com "Give It Away". Mas houve também espaço para músicas dos anos 80, como "Nevermind" de 1985 e a poderosa cover de "Higher Ground" de Stevie Wonder, lançada por eles em 1989.

Igualmente bem vindos foram os resgates de "Aeroplane" e "Blood Sugar Sex Magik" que deram variedade ao show, assim como a homenagem do guitarrista Josh Klinghofer a Jorge Ben Jor cantando "Menina Mulher da Pele Preta" em bom português e na íntegra (no Rio ele cantou apnas um trecho da música).

É fato que a voz de Anthony Kiedis apresentou algumas falhas, mas não a ponto de comprometer a apresentação, de forma que os Chili Peppers seguem como uma atração ao vivo sempre confiável e consistente, mesmo 25 anos depois de sua primeira, e memorável, apresentação no Brasil (em janeiro de 1993 no Hollywood Rock).

LCD Soundsystem

Quem também brilhou nesse primeiro dia de Lolla foi o LCD Soundsystem, que fechou o Palco Onix um pouco antes. A banda de James Murphy fez uma apresentação dançante, potente e hipnótica em um show que teve músicas dos três discos que eles lançaram na década passada além de duas de "American Dream", o álbum de retorno do ano passado.

Cercado de músicos criativos, em especial o baterista Pat Mahoney, um verdadeiro metrônomo humano, Murphy provou que a sua opção por reviver o projeto que o celebrizou mostrou-se mais do que acertada e faz prever que ainda há bastante futuro na mistura de dance music e pós punk que fez a fama da banda.