Anualmente, todas as grandes publicações dedicadas ao mundo da música publicam suas listas com aqueles que, na opinião de sua redação e convidados, foram os melhores discos do ano. Há algum tempo também, esses rankings estão sendo publicados com mais e mais antecedência, o que fatalmente deixa de fora dos rankings trabalhos lançados em novembro e dezembro.

Nesse especial nós do Vagalume voltamos a fazer um levantamento de alguns desses rankings para ver quais foram os álbuns mais presentes nessas listas (veja aqui como foi no ano passado). Foi assim que chegamos aos álbuns da galeria abaixo.

Lorde
As listas que foram usadas na pesquisa foram a das revistas Mojo, Uncut e Q, além do semanário NME e do diário The Guardian. Do lado americano foram consideradas as listas da Rolling Stone, Billboard, Allmusic Guide (o único que não ranqueou os trabalhos), Pitchfork, Consequence of Sound, Popmatters, Paste, Stereogum e NPR.

Com esses resultados em mãos (que podem ser vistos detalhadamente nesse fórum), chegamos à lista dos onze discos que apareceram em pelo menos dez rankings.

A principal conclusão tirada depois de mergulharmos em listas tão variadas entre si, é a de que de que há muita música boa sendo feito que escapa aos nossos ouvidos - basta dizer que em cada um dos rankings existem pelo menos dez discos que só apareceram naquela lista. Por outro lado há também grandes consensos em torno de alguns nomes e em 2017 ele respondeu pelo nome de Kendrick Lamar.

"DAMN.", o quarto disco de estúdio do rapper, foi o único a aparecer em todas as listas, muitas vezes no primeiro lugar.

LCD Soundsystem
Apesar da enorme quantidade de discos citados, além de Lamar, foram poucos discos que ficaram no topo de uma ou mais listas - "Melodrama" de Lorde em três rankings e "American Dream" do LCD Soundsystem (ao lado, o líder da banda James Murphy) em dois.

Quem mais destoou foi a Paste que apontou o pouco conhecido "Everybody Works" de Jay Som como o melhor do ano e o Guardian que escolheu "MASSEDUCTION" de St. Vincent.

Dito isso, aqui estão os discos que seriam uma espécie de consenso do ano na opinião da crítica internacional. Confira e diga nos comentários quem mais merecia estar nela.


"DAMN.", de Kendrick Lamar foi a grande unanimidade do ano. O álbum apareceu em todas as listas, e foi o número 1 para Rolling Stone, Billboard, Q, NPR, Popmatters e Pitchfork

"American Dream", o álbum de retorno do LCD Soundsystem, foi o melhor disco de 2017 para a Mojo e Uncut e, com exceção da NPR, está em todas as outras listas

"Melodrama", de Lorde, ficou de fora de duas listas. Em compensação nas restanrtes ele sempre apreceu com destaque, incluindo o primeiro lugar para NME, Consequence Of Sound e Stereogum

O R&B moderno de SZA agradou bastante também. "Ctrl" está em 12 listas, e ficou em segundo na da Billboard, Pitchfork e NPR

St. Vincent continua agradando os críticos com seu pop experimental e sofisticado. "MASSEDUCTION" foi lembrado em 13 listas, e encabeçou a do The Guardian

O inglês Sampha mostrou que na Inglaterra também se faz R&B moderno e de qualidade. "Process" está em 11 rankings

"A Deeper Understanding" do The War On Drugs não cativou os críticos como "Lost In The Dream" de 2014. Ainda assim ele apareceu em 11 listas, geralmente em posições intermediárias

"Drunk" do baixista virtuoso Thundercat também está em 11 listas graças à sua mistura de jazz, funk, soul, hip hop e AOR

O sombrio "Sleep Well Beast", primeiro álbum do The National em quatro anos, apareceu em 10 listas de melhores de 2017

Depois de Kendrick Lamar, o rapper que mais chamou a atenção no ano foi Vince Staples. O criativo "Big Fish Theory" foi lembrado em 10 listas

O pop e experimental "No Shape" de Perfume Genius também apareceu em 10 rankings