The Flaming Lips
The Flaming Lips O circo insano dos Flaming Lips







"Roqueiro é tudo louco". Você já deve ter dito ou ouvido essa frase alguma vez na vida, mas a verdade é que a maioria deles não vai muito além de certas extravagânicias que a profissão e/ou o excesso de dinheiro permitem. Mas tem gente que foi um pouquinho além do limite do, digamos, aceitável em se tratando de doidura. Hoje contamos algumas dessas histórias, todas protagonizadas por astros (mais ou menos?) sãos. Os artistas que efetivamente sofrem, ou sofreram, de distúrbios mentais e mesmo assim deixaram sua marca na música serão enfocados em uma matéria futura.



Rick Wakeman On Ice
O rock progressivo com seus músicos virtuosos, músicas de 20 minutos e capas mirabolantes, nunca foi exatamente modesto. Mas o tecladista Rick Wakeman realmente foi quem extrapolou os limites do imaginável ao fazer um show no gelo.

Em 1975 ao saber que a Wembley Arena não poderia receber o show de seu mais recente álbum conceitual sobre o Rei Arthur porque ela estava preparada para receber um show de patinação no gelo ele não se fez de rogado e disse que iria fazer o show assim mesmo.

Rick Wakeman letras
O resultado? Dançarinos fantasiados, orquestra, uma banda de rock e outra de jazz tradicional que sabe-se lá como foi parar na história e o músico e sua imponente capa prateada encenaram aquele que entrou para a história como o mais bizarro e inacreditável dos concertos.

Os custos foram tão altos que quase levaram o pianista à falência. Para piorar a trupe mal teve tempo para ensaiar e milhares de contratempos aconteceram durante as apresentações. Some a isso o fato de que os patins fazem um ruído enorme e o resultado foi o primeiro show ao vivo onde você ouvia também os chiados típicos dos discos arranhados.



Os shows e pen-drives dos Flaming Lips
Os Flaming Lips costumam ser descritos como uma banda punk que descobriu o ácido, e com isso, as viagens psicodélicas. Na ativa desde o meio dos anos 80 o grupo começou fazendo muito barulho até chegar ao som mais elaborado que os tornou um dos grandes nomes do pop moderno. A figura central da banda é o vocalista Wayne Coyne e vem dele as ideias mais absurdas como a de fazer shows em zoológicos e cemitérios ou a de encher o palco com gente fantasiada de bichinhos. Mas nada supera a criatividade deles para o lançamento de certos discos e músicas.

The Flaming Lips
Em 1997 eles fizeram "Zaireeka", um álbum com quatro cds que deveriam ser tocados ao mesmo tempo em aparelhos diferentes.

Mas a coisa pegou mesmo no ano passado com os lançamentos de Eps em pen drives embutidos em "embalagens" especiais que variaram de fetos a caveiras feitas de balas de goma. O grupo também lançou uma música com seis horas de duração.

No final do ano os Lips extrapolaram todos os limites com "7 Skies H3", uma canção que dura... 24 horas (ouça aqui se estiver com um tempinho sobrando) e que foi lançada em uma edição ultra-limitada (13 cópias a 5 mil dólares cada) embalada dentro de um crânio humano de verdade.



O KLF a banda que queimou um milhão de libras

Bill Drummond é um dos maiores teóricos e visionários que o pop já teve. E seguramente o mais insano de todos. Antes de se tornar uma espécie de pop star, Drummond foi um produtor de sucesso e teve um emprego invejável dentro da Warner, só para jogar tudo para o alto quando estava prestes a fazer 33 anos. Após lançar um disco acústico ele se ligou que a revolução estava na música eletrônica e no hip-hop. Sob o nome "The Justified Ancients of Mu Mu" e com a ajuda de Jimmy Cauty ele atraiu a atenção da imprensa com suas colagens sonoras.

Em 1990 sob o nome KLF a dupla lançou o disco "Chill Out", pioneiro da dance ambiental e influente a ponto de ter batizado todo um gênero de dance-music. Mas foi em 1991 que a coisa arrebentou com o lançamento de "The White Room" e sua "acid house de estádios" que emplacou em todo o mundo graças ao hit 3 A.M. Eternal. A banda foi a campeã de vendas de singles daquele ano.

Rica e famosa a dupla então resolveu fazer valer a sua fama de "agitadores". Uma série de anúncios misteriosos saíram na imprensa e uma estranha onda de pixações em outdoors varreram a Inglaterra. Nos Brit Awards o grupo se apresentou ao lado da banda de metal extremo Extreme Noise Terror. Ao final Drummond sacou uma metralhadora e disparou tiros de festim na plateia formada pela nata da indústria musical britânica (ao lado). De "presente" deixaram uma ovelha morta com um cartaz dizendo "eu morri por vocês" nos bastidores e tiraram de catálogo todas as suas gravações.


Mas ainda faltava um grande ato para botar o KLF no grande panteão. E esse veio na forma do mais insano e inacreditável ato já cometido por alguém do mundo pop. Tudo bem que é normal vermos astros "queimando" milhões em festas, drogas, roupas, e jatos particulares. Mas tirando o Coringa do Batman você conhece alguém que realmente tenha queimado mais de um milhão de dólares? Bom, o KLF queimou. Em 1994 os dois levaram todo o dinheiro que havia sobrado de sua empreitada para um ilha escocesa, um milhão de libras, e com muita pompa incineraram tudo. O evento foi filmado e se tiver estômago forte é só conferir no vídeo ao lado.

Klf letrasBill Drummond em foto recente
Até hoje Bill Drummond não disse o que o levou a fazer isso, mas ele já se mostra arrependido, principalmente quando se vê precisando explicar pros seus filhos seu ato. Na década passada ele reapareceu. Após dizer que toda música possível e imaginável já tinha sido feita só restava à humanidade esquecer de tudo e começar do zero. Assim nasceu o "The17". Um coral que faz "música improvisada" e que em hipótese alguma grava os resultados de suas criações.



O que achou dessas maluquices? Tem alguma história que poderia entrar nessa lista? Comente!