Luellem de Castro
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Rock do privilégio

Luellem de Castro


Quem fala da minha vivência mora em Ipanema numa cobertura
Quer falar de sobrevivência mas nunca precisou passar a vida dura
Faz laboratório na favela, bota um preto na novela e diz que o racismo acabou
Meu povo construiu essa cidade mas a melhoria ainda é só pro senhor
Cê é primeiro em advocacia e diz que nego não consegue porque não quer estudar
Mas quero ver tu ir lá dentro da favela no meio do tiroteio aprender o bê-á-bá

A de apavorado
B de baleado
C de Cristo vivo é meu senhor
Um dia essa porra equilíbra pra gerar felicidade e todo mundo ter amor
D de dos amigos
E de executado
F de favela de favor
No fim não importa qual é seu lado, quem tem din tá relaxado na banheira ou no foro

Quem fala da minha vivência mora em Ipanema numa cobertura
Quer falar de sobrevivência mas nunca precisou passar a vida dura
Você vai vender roupa africana com modelo loira e branca e é digno de respeito
Enquanto isso o povo pobre militante tá aí se digladiando pra saber quem é mais preto
Você decide fazer caridade: dá brinquedo pras crianças e já tá bom de ajudar, e a gente fica aqui se perguntando: a conta no fim do mês, como é que eu vou pagar?

A de admirado
B de bem cotado
C de cristão e conservador
Desculpa atrapalhar sua vida fácil, eu vim aqui pra te avisar que o feudalismo já acabou
D de doutorado
E de executivo
F de falência e que horror
É bom recorrer aos seus aliados o meu bonde tá pesado e vai pegar o que tu roubou

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