Gino & Geno
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Adeus Papai, Adeus Mamãe

Gino & Geno


Adeus papai adeus mamãe
Igual uma ave que sai do ninho que ela nasceu
eu saio de vossos braços
para seguir passo a passo a sina que Deus me deu

É chegada a triste hora de eu ir pelo mundo afora
mas levarei na lembrança
esta terra onde nasci onde feliz
eu vivi desde o tempo de criança

Quanto mamãe padeceu pra criar os filhos seus
por isso é que eu vou embora
preciso lutar com a vida para lhe dar, mãe querida
mais conforto pra senhora

E neste triste momento vou fazer um juramento
que eu só voltarei para trás
se eu conseguir triunfar, porém se eu fracassar aqui
eu não volto mais

Um pedido vou deixar a quem por mim
perguntar e a todos os amigos meus
que eu fui sem me despedir temendo
não resistir a hora triste do adeus

Guardem bem meu violão, colega de solidão
que sofreu junto comigo
nas noites enluaradas, nas saudosas madrugadas
foi ele o melhor amigo

Meu canário seresteiro que eu mesmo fiz prisioneiro
para ouvir ele cantar
só depois que eu for embora, abram a porta da gaiola
e deixem ele voar

Fechem meu cão policial para que o pobre animal
não veja quando eu partir
soltem ele no instante
que eu estiver bem distante pra ele não me seguir

Não chore, papai, não chore
Não sou um filho que morre
vou apenas conhecer o mundo
ver lugar desconhecido, mas de meu papai querido
não esquecerei um segundo

Não chore, mamãe, não chore
Eu vendo o pranto que corre sobre seu rosto divino
chego perder a coragem de seguir esta viagem
para cumprir meu destino

Eu sei que em terras estranhas
papai e mamãe me acompanha pertinho do coração
e sempre que a noite desce eles dirão numa prece
filhinho, a nossa bênção

Nas ondas frias do vento
mandarei meu pensamento levar um recado meu
e dizer, mamãe querida, não encontrei nesta vida
outro amor igual ao seu

Desce a noite silenciosa, cai o sereno nas rosas
surge a lua lá na serra
mamãe vou partir agora e quando raiar a aurora
eu estarei noutras terras

Adeus, oh terra querida, onde eu tive nesta vida
os primeiros sonhos meus
Adeus serras e campinas, rios de águas cristalinas
adeus, papai e mamãe, adeus

Composição: José Fortuna/Barrinha

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