Cedo fácil ao irresistível Sou incontrolável e imprevisível
Minha sede é de se endividar Não me importo de pagar O mínimo e depois os juros
Mas tarde será tarde Já não tem como voltar Mas não tenho arrependimento Afinal foi feito pra gastar
Beleza forçada Vaidade em excesso Remendos e recursos supérfluos O feio quer ser bonito Pra impressionar os olhos
Por dentro fica oco Enferruja e corroí seu pensamento A sua casca paga Pela maldade do seu coração
Consumismo em alta escala Tudo é na base da venda Perderam-se os valores antigos Valores anticapitalistas A gratuidade, a generosidade E a solidariedade vai sumindo
Com o tempo tudo se tornou Produto de exportação e de obsessão Desde pequenos nos acostumamos A apenas receber e não doar O ego se cria na infância e não irá parar
Até no amor as pessoas querem Primeiro se satisfazer Só depois pensam no que irão fazer Pra não chatear o companheiro E não dura nem janeiro, é amor de carnaval
O eu vem em primeiro lugar Eliminado a possibilidade do nós A transparência sumiu A tolerância é pouca Não há quem não queira ganhar O mesmo jogo se repete em toda a terra Passam por cima dos seus semelhantes E em menos de um instante Estão a os humilhar
A partilha esta fora de moda Tudo se joga fora Desperdício, desde o inicio
A bondade está sumindo A maldade está surgindo O homem não quer saber quem é Só quer apenas se lhe servir Se não tem nada a oferecer Não importa se morrer Caso um dia venha precisar Eu estarei aqui para lhe ajudar Não tenho magoas nem ressentimentos O meu único objetivo É fazer essa porra mudar