Vinte e cinco são as palhas Que vão me dar a pele lustrosa do povo trabalhador Essa alma é a alma que reluz Músculos encerados na base da água de sal Se misturam à terra o óleo, o suor e o cal
Será! Que a maresia vai desgastar? Não vai! Será? Que todos esses anos de luta foram em vão? Será! Que a rotina vai me conformar? Não vai! Será? Que vou ser mais um desses enfeites sem distinção?
Será! Que o desprezo vai nos abater? Não vai! Será? Que nossa gente vai ficar sempre por conhecer? Será! Que nossa fuga a vai se suceder? Não vai! Será? Que pra ser valorizado tenho que migrar ou morrer?
Chegou hora duma nova história, folhas lustradas, um leque são Trilha abrasada, massa forjada nas labaredas do meu sertão Será? Será? Sem oxidar Será? Será? Coalizão Será? Será? Deus proverá Será? Será? A redenção
Será! Que o refino vai por fim chegar? Rapah! Num é? Cera dá o polido que faz desembrutecer Será! a nossa vez de brilhar no altar? Rapah! Num é? Receber o prêmio que eu sempre fiz por merecer